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Administração Superior e Gestão

Palestra de psiquiatra encerra eventos do Setembro Amarelo no Ministério Público

Wagner Gattaz apresentou números relacionados a transtornos mentais

Terminou nesta sexta-feira (30/9), com uma exposição do professor Wagner Gattaz, o ciclo de palestras "Setembro Amarelo, saúde emocional e valorização da vida", promovido pela Procuradoria-Geral de Justiça e pela Escola Superior do MPSP. Somando-se a audiência presencial e virtual do evento, quase mil integrantes da instituição acompanharam a explanação de Gattaz, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. "Se nós pretendemos prestar um bom serviço à sociedade, nós temos que estar mentalmente sãos", observou o procurador-geral de Justiça, Mario Sarrubbo, na abertura da palestra, cuja mesa diretora dos trabalhos foi integrada pelo corregedor-geral do MPSP, Motauri Ciocchetti de Souza, pela secretária do Conselho Superior da instituição, Tatiana Bicudo, pelo diretor da Escola, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, pelo presidente da Associação Paulista do Ministério Público (APMP), Paulo Penteado, pelo presidente da Fundação Faculdade de Medicina da USP, Arnaldo Hossepian Junior, pelo diretor do Setor de Saúde do MPSP, Rodrigo Itocazo Rocha, e a psiquiatra Christina Fornazari, também do Setor de Saúde. Para Sarrubbo, quem ganha com as medidas no campo da saúde mental voltadas à "família Ministério Público" é "o destinatário das graves missões constitucionais" da instituição. 

Cerca de 20% dos moradores de São Paulo apresentam algum nível de transtorno de ansiedade. A depressão atinge aproximadamente 11% dos moradores da capital, enquanto 4% deles abusam de álcool e outras drogas. Os dados, obtidos no maior estudo epidemiológico sobre a prevalência dos transtornos mentais em São Paulo, foram apresentados por Gattaz durante o evento, mediado por Christina. Na oportunidade, o psiquiatra citou ainda os custos decorrentes das doenças mentais. Além do sofrimento do paciente, tais quadros geram um custo anual global estimado em 3,5 trilhões de dólares. "A tendência é que, no fim da década, esse número chegue a 6 trilhões de dólares", informou o médico. Em seguida, ele passou a tratar do estigma que ainda acomete medicamentos antidepressivos e quem sofre com doenças mentais, chegando a fazer com que os próprios profissionais da saúde deixem de encaminhar pacientes para o atendimento psiquiátrico. 

Ao abordar a questão do burnout, Gattaz explicou as três dimensões do quadro: esgotamento emocional, despersonalização e insatisfação pessoal, esta última marcada por autoavaliações negativas envolvendo produtividade, sentimentos de fracasso e de incapacidade de interagir com outros indivíduos. "A depressão afeta o bem-estar geral da pessoa, enquanto o burnout causa impactos apenas no campo profissional", esclareceu. De acordo com o palestrante, a falta de feedbacks positivos e de liberdade para decidir, assim como responsabilidades crescentes e a distância das chefias, estão entre as principais causas do burnout. Ainda segundo Gattaz, medicamentos, medidas para orientação, psicoterapias e estilos de vida saudáveis são algumas das maneiras de combater os transtornos de ordem mental. 

O evento foi encerrado com uma edição do Sarau no Memorial MPSP, protagonizada pelos músicos Carla Pontes, Danilo Oliveira, Beá Carvalho, Milla Magalhães e Roberto Simões, todos da Escola de Música de São Paulo (Emesmp) Tom Jobim. Eles interpretaram sucesso da música popular brasileira, como "Caminhos cruzados" (Tom Jobim e Newton Mendonça), "Lamento sertanejo" (Gilberto Gil e Dominguinhos), "Ladeira da Preguiça" (Gilberto Gil), "Samurai" (Djavan), "No cordão da Saideira" (Edu Lobo), "Sim ou não" (Djavan), "Me deixa em paz" (Lô Borges e Milton Nascimento) e "Onde está a Florisbela" (Geraldo Pereira e Ari Monteiro).