Promotor fala ao Conselho sobre zonas de impunidade na persecução penal
Promotor fala ao Conselho sobre zonas de impunidade na persecução penal
Aluísio Antônio Maciel Neto participou de sessão do colegiado nesta terça
Nesta terça-feira (24/9), o promotor de Justiça Aluísio Antônio Maciel Neto apresentou perante o Conselho Superior do MPSP os dados de uma pesquisa sobre o que ele define como zonas de impunidade na persecução penal e quer ver combatidas pela instituição.
De acordo com os dados relativos ao período compreendido c. "É uma quantidade ínfima dentro do todo", afirmou o promotor, que atua em Piracicaba com atribuições no Tribunal do Júri e nas execuções penais. Desse total de inquéritos, apenas uma fração entre 13% e 17% se transforma em denúncias oferecidas pelo MPSP.
O procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, elogiou a iniciativa de Maciel Neto. "Não podemos ficar só preocupados. Temos de transformar a preocupação em ação", disse o PGJ, ressaltando a qualidade do trabalho apresentado pelo promotor. "Essa zona de impunidade piora se a gente lembrar daqueles crimes que sequer são comunicados", asseverou o secretário do Conselho, Arthur Lemos Junior.
O corregedor-geral do MPSP, Motauri Ciocchetti de Souza, destacou o "inconformismo" do colega com o estado de coisas. "Essa é a essência do promotor de Justiça", sustentou. Para a conselheira Ana Lúcia Menezes Vieira, a estatística tem papel "imprescindível" no combate à criminalidade. "O senhor está de parabéns pelo trabalho de fôlego", comentou Fausto Junqueira. "As mulheres vão dez vezes à delegacia até registrar o primeiro boletim", sublinhou Nathalie Malveiro. "O importante disso é chamar atenção para a segurança pública", afirmou Valter Santin. "O trabalho materializa algo que a gente vem verificando ao longo dos anos", pontuou Delton Pastore.
Antes de iniciar sua exposição, o promotor agradeceu o apoio recebido da Procuradoria-Geral de Justiça por conta de um episódio registrado no Tribunal do Júri, na semana passada. Após o quarto adiamento de um julgamento, os advogados investiram, de dedo em riste, contra o promotor, dirigindo a ele uma série de impropérios. "A Procuradoria-Geral de Justiça não permitirá que a seriedade, o compromisso com o interesse público e o preparo técnico de um dos promotores mais brilhantes da nossa instituição sejam colocados em causa. E avisa a quem possa interessar: toda vez que alguém avistar o doutor Aluísio Antônio Maciel Neto na tribuna do Júri, esteja certo de que, ao seu lado, estão outros 2.000 promotores e procuradores do Ministério Público de São Paulo, cuja marca é o destemor!", assinalou o PGJ em nota. "Todo promotor do Júri se sentiu abraçado", observou Maciel Neto.