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Criminal

Em coletiva no MPSP, promotores apresentam números da Operação Khalifa

Subprocurador-geral de Justiça de Políticas Criminais destacou papel no GAECO no caso

Nove pessoas foram presas durante cumprimento de mandados expedidos no âmbito da Operação Khalifa, deflagrada nesta terça-feira (7/5) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e pela Polícia Militar para desbaratar um esquema criminoso de agiotagem perpetrado por integrantes da facção conhecida como PCC. Dois alvos continuam foragidos. Nas 17 buscas autorizadas pela Justiça, as autoridades apreenderam itens como seis armas, sendo um fuzil, celulares e joias, além de R$ 65 mil. Esses e outros números foram apresentados em coletiva concedida na sede do MPSP pelo subprocurador-geral de Justiça de Políticas Criminais, Ivan Agostinho, pelos promotores do GAECO Flávia Flores e Frederico Silvério e pelo comandante do Policiamento de Choque da PM, Valmor Racorti.

Segundo o apurado, os criminosos agiam na capital e na região do Alto Tietê desde 2020. Apenas em 2023, eles movimentaram mais de R$ 20 milhões com o esquema, marcado não só pela cobrança de juros abusivos e taxas por atrasos nos pagamentos dos valores, como também por extorsões e ameaças praticadas contra os devedores. 

Flávia revelou que as investigações começaram a partir de notícia anônima, apontando para o cometimento de ilícitos como usura, ameaça, extorsão e lavagem de dinheiro. "Os juros cobrados chegavam a aproximadamente 300% ao mês", afirmou.

De acordo com Silvério, os destinatários dos empréstimos eram pessoas físicas e também jurídicas, que necessitavam de capital de giro para investir em negócios de médio porte. No momento da cobrança, os investigados chegavam a restringir a liberdade dos inadimplentes e invadir estabelecimentos comerciais para subtrair bens como forma de amortecer a dívida. "Operações recentes deflagradas pelo GAECO têm demonstrado que a facção criminosa vem se sofisticando nas formas de obter rendimentos, deixando de lado as conhecidas práticas de tráfico e roubo para recorrer a atividades mais lucrativas e menos sujeitas à repressão estatal. Fraudes em licitações e empréstimos a juros astronômicos são algumas delas", opinou Silvério. O promotor de Justiça acrescentou que essa nova realidade exige das instituições um aprimoramento cada vez maior nas estratégias de combate.

Racorti esclareceu que as prisões aconteceram nas cidades paulistas de Arujá, Suzano, Mogi das Cruzes, Santa Isabel e Guarulhos. Uma delas foi efetuada no Estado de Santa Catarina. 

Já Agostinho classificou como fundamental o trabalho desenvolvido pelo GAECO para o sucesso da operação. "Sem a atuação desses colegas, o combate a esse tipo de crime, que exige detalhamento técnico e aprofundamento delicado, não seria viável", asseverou.

Ao todo, 24 viaturas e 96 policiais participaram da operação.